My angel without wings 23 - I Miss You ... -

P.O.V Julie

Julie: Kendall, sai, agora é sério. - Pedi depois de um de nossos beijos no chão gelado e cheio de folhas. Ele não me ouvia, me dava selinhos colados e se debruçava mais em mim, com seu enorme corpo me sufocando. - É sério, gordo, vou morrer aqui! - Exclamei e ele soltou um riso, se levantando e me puxando com força com a mão, fazendo com que, assim que eu ficasse de pé, colasse meu corpo no dele e ficasse presa em seus braços.

Não o impedi, apenas encostei mais meu corpo no seu, correspondendo aos beijos dele em minha boca. Beijos molhados e com urgência. Que saudades eu estava aquilo! Fiz carinho em seus cabelos devagar, sem acreditar que estava sentindo-o em minha mão de novo.

Terminei o beijo minutos depois, com selinhos rápido e fugi de seus braços, que permaneciam o tempo todo em minha cintura. Respirei fundo e kendall mordia os lábios me olhando, com desejo, felicidade... Queria me puxar de novo, mas eu o impedi.

Julie: Deixa eu respirar, por favor! - Exclamei, e mesmo não gostando da ideia, ele deixou que eu me afastasse aos poucos. Passei minhas mãos em meu corpo, tirando as folhas secas que estavam grudadas por mim toda e respirei fundo, sentindo um pouco de frio por causa do vento forte.

Não olhei mais pra kendall, mas percebi que ele fez o mesmo que eu, e quando me viu pegando minha lanterna na bolsa, pegou a dele também. Suspirei enquanto apontava a lanterna em sua cara.

Julie: O que faremos agora? - Perguntei olhando pros lados. A mata estava bem fechada, silenciosa e escura. Só a Lua que iluminava tudo de cima, mas os jatos de luz eram poucos.

Kendall: Sexo. - Disse kendall,  tampando um pouco os olhos por causa da luz da lanterna em seu rosto e eu dei uma risada debochada, sem demostrar que estremeci por dentro ao pensar nisso rolando logo aqui. Sexo na mata, com Kendall Schmidt... Hm.

Revirei os olhos bufando pra ele, que sorria maliciosamente, lindo. Af, porque ele tem que ter esse sorriso tão lindo, meu Deus? Eu não podia me entregar assim, pelo menos, não agora. Forcei a minha mudança de humor.

Julie: Hein, estou falando sério! - Disse a ele que me olhou, ouvindo-me. - Já vai dar 20h da noite e ainda não achamos nossos amigos, kendall. Estou preocupada e aflita. - Admiti, pensando no nosso dia que só foi andar, brigar, andar mais e brigar mais um pouco. - Será que nunca mais vamos vê-los? - Fiz drama e ele riu.

Kendall: Para de ser tão pessimista. Hoje nós tentamos, não foi? Pois vamos tentar mais um pouco, sei lá. Se não acharmos eles, podemos parar pra dormir e amanhã a gente continua a procurar. - Fez uma pausa. - Acha que eles também não estão procurando a gente? - Pensei um pouco... É, sinceramente acho que não, mas tudo bem.

Julie: Tá, e... Iremos dormir sozinhos, no escuro, nesse perigo no meio dessas árvores assustadoras? - Soltei uma risada nervosa. - Nunca!

Kendall: Eu protejo você, docinho. - Disse meigo e eu ri mais, de nervoso ainda. Depois parei.

Julie: Vai, vamos logo, que se Deus quiser, vamos achá-los. - Finalizei e kendall arrumou a própria lanterna, seguindo em minha frente e eu fui indo atrás, com a minha lanterna acesa pra facilitar minha visão perdida. - Que eu nunca mais volte a um lugar desses na vida, amém! - Sussurrei baixinho.

Enquanto andavamos por alguns segundos, ouvi barulhos, talvez das árvores, ou o vento, ou os dois. Corri mais pra perto de kendall, que era meu único refúgio ali, e ele segurou minha mão, entrelaçando nossos dedos com força. Estremeci pelo medo e/ou pelo seu toque. Que mão mais... Macia.

Dava graças a Deus por ele estar ali, pelo menos eu não enfrentava tudo isso sozinha. kendall era como um anjo.

Permanecemos em silencio por um longo, longo tempo. Ele na frente nos guiando, com sua mão entrelaçada a minha que estava um pouco atrás e nós dois com as lanternas. A cada barulho estranho ou vultos que eu via de relance, abertava sua mão, onde seu dedo me fazia carinho como conforto. kendall me deixava mole com um único toque, isso era... Surreal.

Kendall: Mentira! - Gritou kendall surpreso do nada, parando de andar e eu tomei um pequeno susto, olhando pra frente, na mesma coisa que ele. - Deus é maravilhoso! - Vibrou.

Julie: O que foi? - Perguntei quando nos aproximamos mais e tive a visão de um chalé a poucos metros de nós. Não era tão grande, mas não era um barraquinho. Suspirei. As árvores, em volta do chalé, ficavam a mais ou menos uns três metros de distancia. Era de tijolos marrons, daqueles pequenos e bem feitinhos. Uma telha enorme, com uma porta de madeira e uma janela. Na frente, uma pequena escada de entrada e não parecia ser uma casa abandonada. Bom, estava escuro e mal dava pra ver direito.

kendall saiu andando e quando já estava chegando perto da casa, eu o puxei, fazendo-o parar de andar.

Julie: Você não vai entrar aí, né? - Franzi a testa, olhando-o. Ele baixou a luz de sua lanterna e colocou-a entre nós, para que conseguissemos enchegar um ao outro.

Kendall: Claro que vou, ou melhor, vamos.

Julie: kendall, tá ficando louco?! - Sussurrei. - Vai saber o que tem aí dentro! Será que tem dono? Ou é abandonado e todo sujo com espíritos de moradores?

Kendall: Ai, que frescura, Julie! - Zombou ele, rindo. Odiava o fato de sempre me intimidar. - Se tiver dono, com certeza não está aí, até porque, tá tudo escuro. - Explicava ele. - E mesmo sendo abadonado, é bem melhor dormirmos aí dentro do que aqui fora.

Julie: Mas... E se a porta estiver fechada? Se tiver algo de ruim na dentro? - Perguntei, enciumada. Onde já se viu, estar perdidos numa mata a noite e, ao achar um chalé abandonado no meio do nada, entrar e dormir lá dentro como se fosse a coisa mais normal? Só o kendall mesmo!

Kendall: Um: se estiver fechada, eu arrombo. Dois: não deve ter nada de tão ruim lá dentro que não podemos ver. Para, né! - Disse ele e voltou a andar.

Ao pisar no primeiro degrau, dos quadro degraus que tinha ali em frente, o baixo barulho da madeira rangendo entrou em meus ouvidos e eu estremeci.

Julie:Tem certeza que vai entrar aí, kendall? Eu não quero. - Retruquei e ele respirou fundo.

Kendall: Juh , se você não quiser entrar, não precisa! - Disse ele, soltando minha mão e subindo as escadas e parando diante a porta, mirou a lanterna em mim de novo. - Dorme aí fora sozinha, que eu fico lá dentro. - Ele abriu um sorriso fraco de lado e virou pra abrir a porta. Me senti vazia e abracei meus braços com frio.

Sem muita dificuldade, kendall conseguiu abrir a porta, não sei como, mas conseguiu. Logo estava dentro da casa, e eu via pela fresta da porta, a luz de sua lanterna. Apoiei meu corpo em um pé só, e fiquei batendo o outro no chão, sem parar, olhando pros lados. Não sabia que passar a noite numa floresta era tão ruim assim. Bom, não é que era ruim, mas que minha situação não era a melhor mesmo...

As folhas das árvores batiam e se chacoalhavam a medida que o vento aumentava e aquilo me agoniava. Com o medo que eu estava, só me deixava mais apavorada. Os gritos não paravam de cantar e o céu estava completamente cinza, como se fosse chover. Ah, não, chuva agora, não, por favor...

Parecia mais coisa de filme... Filme de terror, credo! Suspirei. Ok, ou eu entrava, ou eu entrava, porque dormir ali, não ia rolar! Subi as escadas e empurrei a porta, dando dois passos pra dentro.

Rapidamente, a luz foi acesa e eu estava na cozinha da casa. Fechei os olhos e depois fui abrindo-os devagar, para que eles se adaptassem a luz. É, eu estava na cozinha. kendall olhou pra mim com um olhar de "tá com tanto medo de ficar sozinha lá fora que não resistiu, babaca?", ignorei. Começamos a olhar o pequeno chalé. Tinha uma pia de mármore, um fogão, uma pequena mesa, uma geladeira vermelha pequena e um armário na parede. Tudo era humilde, mas organizado.

Ao lado, tinha uma pequena porta, logo fui até lá, vendo que era um banheiro, com um chuveiro pequeno, uma cortina de plástico para dividir entre o chuveiro e o vazo sanitário branco, uma pia com um pequeno armário embaixo e um espelho do meio da parede, em minha altura, mais ou menos.

Ao sair do banheiro e passar pela cozinha, tinha-se o quarto. Um único quarto. Uma cama de madeira alta com um colchão limpo, coberto apenas por um plástico, sem pano. Estranho, mas... Caramba, um colchão. Minhas costas agradecem! Em frente a cama, em um suporta na parede, tinha-se uma TV de tubo preta, que pelo que parecia, pegava. Tinha uma cadeira, um armário bege que estava... Vazia. Deduzi que servia como um guarda roupas pros donos. Na parede oposta, na qual a cama era encostada, tinha uma pequena janela -que estava fechada-, e que tinha um cortina clara, com frade do lado de fora. Eu reparei tudo detalhadamente.

É, era um chalé humilde, com um dono, que eu não sabia qual e que era meio louco por deixar a porta mal fechada, mas ok. Era bem cuidado, apenas de que, pelo que eu deduzi -também- fazia alguns dias que eu não usava-o. Que ele não volte esse fim de semana, amém!

Suspirei quando terminei de ver tudo e olhei pra kendall que colocava sua mochila em cima da cadeira, e começou a abrí-la.

Kendall: E aí, vai ficar aqui também, ou não? - Perguntou ele, quebrando o silencio.

Julie: É o jeito. - Dei de ombros, sentindo minhas costas e pernas doerem um pouco e tirei minha mochila pesada das costas.

Kendall: Bom, então vou... Ver se o chuveiro funciona e tomar um banho. - Falou ele, pegando uma toalha na mochila e, tirando o tênis e a bermuda, deixou-os ai perto mesmo. Consenti.

Quando ele sumiu de minha visão, peguei em minha mochila, um lençol que coloquei ali para que, se fosse útil, eu o usasse e aquela era a hora. Joguei-o em cima do plástico do colchão e o ajeitei do melhor jeito, depois, peguei um miojo que eu tinha trazido e fui pra cozinha para tentar prepará-lo.

Meio bizzarro levar miojo pra um acampamento, mas eu levei, já que Claire tinha um pequeno "forno" elétrico, aqueles a base de gás e fósforo e eu o cozinharia ali. Falando em Claire... Será que todos eles estão bem? Me pergutava enquanto procurava na cozinha uma panela.

Ouvi o barulho do chuveiro. kendall já começava o seu banho. Ao achar uma panela e talheres no pequeno armário da cozinha, eu os lavei na pia e comecei a preparar o miojo no fogão com o fogo baixo e ralé que tinha ali, bom, menos mal. Agradeci a Deus umas vinte vezes mentalmente.

Enquanto o miojo cozinhava, fui até a porta e vi que tinha tinha aberto-a com um graveto. Aquela fechadura era realmente um lixo. Mas tá, pelo menos conseguimos entrar. Encostei-a e coloquei uma pequena fruteira vazia com um bebedouro de barro que estava em cima dela, na frente da mesma, para que ficassemos em segurança. Tá que talvez não adiantaria, mas... Não custa nada tentar.

Comi o miojo minutos depois em silencio na mesa, na panela mesmo. O meu dia passando rapidamente em minha cabeça a todo o momento. Nem reparei quando o chuveiro foi desligado e kendall apareceu na cozinha. Só percebi sua presença quando ouvi sua voz.

Kendall: Prepara um pra mim também? Ficaria agradecido. - Disse kendall e eu parei o garfo ao caminho de minha boca e o olhei.

Julie: Por um acaso, sou sua empregada? Acho que não, hein. - Respondi rápido, olhando-o fria. Prendi a respiração analizando seu lindo corpo apenas coberto por uma cueca branca Calvin Klein. Oh, céus!

kendall ficou sem fala com a minha resposta e eu sem fala por vê-lo daquele jeito. Ficamos alguns segundos nos olhando e eu tentanto por na cabeça que, sim, eu estava no meio do nada numa casa desconhecida no meio da noite com meu ex namorado super gato e gostoso. Meu coração queimava de excitação. Não aguento, não.

Kendall: Só deixa as coisas em cima da pia que eu irei usar então. - Sorriu ele inoricamente e eu sorri do mesmo jeito de volta. Bom menino!

Quando terminei de comer, fiz questão de lavar e deixar as coisas que usei na pia. Depois fui até o quarto, onde kendall estava mexendo no celular e eu me perguntava o que será que ele tanto via ali, já que não tinha sinal algum. Nem pra ligações, quanto mais pra internet.

Peguei meu pijama, o mais confortável e o mais novo que eu trouxe na bolsa e minhas coisas e parti pro banheiro, sem nem olhar pra aquele maravilhoso cara parado no meio do quarto.

O banho foi rápido. Apenas pra tirar o cansaço e o calor de meu corpo. No cabelo eu fiz um coque mal feito para não molhar e escovei os dentes também. A água era fria e, como odeio água fria, foi algo incômodo, mesmo tendo sido bom ter tomando um banho depois do longo dia.

Quando estava colocando meu pijama, que era um short e blusa de tecido fino da cor vermelha, kendall entrou no banheiro sem nem bater na fina porta de madeira e escovou os dentes na pia, sem nem olhar pra mim e sem falar uma palavra. Mesmo assim, não liguei, tentei ignorá-lo. Ao sair, respirei fundo ajeitando meus cabelos e sai logo depois.

Passei pela cozinha que já estava com a luz apagada e cheguei no quarto, olhando-o deitado na cama de braços sob a cabeça, olhando pro teto todo estirado na cama. Franzi o cenho olhando-o.

Julie: Você acha que vai dormir aí? - Perguntei e ao ouvir minha voz, ele me olhou.

Kendall: Claro, onde mais eu dormiria? - Sua voz era fria. Bem fria.

Julie: Não sei, arranja um lugar. Eu sou uma dama, vou dormir na cama, e me desculpa, mas eu não vou dormir na mesma cama que você. - Falei firme guardando minha roupa, escova de dentes e sabonete na minha mochila, pegando outro lençol para me cobrir.

Kendall: Primeiro que quem achou o chalé fui eu, quem teve a ideia de dormir aqui dentro fui eu e, vou dormir na cama. - Sorriu ele.

Julie: E onde eu vou dormir, kendall? - Perguntei já impaciente. Esse garoto é impossível!

Kendall: Ué, no chão, na pia da cozinha, na mesa, lá fora, onde você quiser. - Revirei os olhos de saco cheio de suas gracinhas desnecessárias.

Julie: Cadê o seu cavalheirismo?

Kendall: Em casa. Ele não coube na mala. - kendall voltou a sorrir ironicamente e aquilo voltou a me irritar. Ficamos em silencio por alguns segundos, eu já estava a ponto de chorar. Não sei porque, mas era todos os sentimentos juntos e aquilo já me agoniava. - Aqui cabe nós dois, e...

Julie: Eu durmo no chão! - Gritei rápida indo pra perto da cama e me deitei ao pé da mesma, em cima de meu lençol. Respirei fundo tentando me acalmar.

Cacete, como alguém consegue aguentar esse cara, que minutos atrás estava a mil amores e agora, frio e arrogante? Não tem como!

Fechei os olhos tentando dormir. Virei de um lado, virei do outro e... Nada. Aquele chão duro doia minhas costas e por mais que eu tentasse dormir, eu não conseguia. Poderia sentir tudo naquele momento, menos sono.

Julie: Chega. - Falei rápida de novo, levantando-me e sacudindo meu lençol. - Desisto. - Me sentei na cama, depois deitei de um lado, fazendo kendall ir pro outro e me cobri, de costas pra ele.

Senti que ele puxou um pouco do meu lençol pra ele ainda. Abusado! Mas não debati, eu estava com raiva demais pra isso. Respirei fundo de novo e relaxei o corpo no colchão macio, pensando um pouco de olhos fechados e... Caramba, a quem eu estava querendo enganar? Quero tanto esse cara, quero ele, aqui e agora. Porque ele está assim? Porque não me toca, não fala comigo?

Quando dei por mim, já estava chorando, chorando baixinho. De saudade, angustia, carencia... Julie o que tá dando em você? Engole esse choro! Fungei.

Instataneamente, senti seu toque em minha cintura, depois em minha barriga e respirei fundo, tentando controlar o choro e a respiração.

Kendall: Meu coração quebra ao te ouvir chorar, por favor, julie para... - Sussurrou ele em meu ouvido, sua respiração chicoteando meu pescoço e depois, seus lábios tocando meu ombro.

Caralho, aleluia!

CONTINUA COM 35 COMENTS 

Oii minhas divas <33 amo o recado que vcs deixam pra mim no tt , vcs sao pftas <333 .

Postei a parte 5 de Bloody Love hoje leia ( AQUI )

leeiam e comentem la , se não tiverem conta no Social , façam é super legal , e favorite a FIC , para não perder nenhum cap OK , beeijos amo vcs divas ! @btrswaag